UMA BREVE ANÁLISE, PARA QUEM QUISER, SOBRE A PANDEMIA DE 2009 E A DE 2019/2020.
Quando estudarmos história temos que ter o cuidado de não cair no anacronismo.
Tem na Internet vários sites que explicam o anacronismo que não é apenas datas erradas mas tbm contextualizar.
Vamos aos fatos.
Estamos em 2020 num era em que a globalização atingiu níveis sem precedentes na história.
Um geógrafo, chamado Milton Santos, já alertava para as epidemias e a globalização das doenças virais e bacterianas.
Vamos mais.
Quando alguém escreve sobre a H1N1 de 2009, e acho que temos que fazer essa análise mesmo, o mundo acabava de vir de uma crise causada pela bolha imobiliária de 2008, a economia brasileira estava robusta, em crescimento e aguentou o tranco.
Todas as crises financeiras têm características comuns. Os bancos investem em ativos de alto risco devido a sua rentabilidade elevada, o que funciona até que alguém diga que são tóxicos, e aí perdem seu valor e sua liquidez. O gatilho surge quando as pessoas tentam em massa recuperar o dinheiro, diante da perda de confiança, e o contágio se acelera. A de 2007 não foi diferente. Começou com as hipotecas subprime, estendeu-se a outros produtos, e os bancos ficaram sem capital para absorver as perdas.
Ou seja, além da crise econômica de 2007 e 2008, o Brasil ainda penou com a H1N1 de 2009 e foi na gestão petista que as duas crises foram superadas, diga-se de passagem.
A economia brasileira exibiu, no ano de 2009, resultados que surpreenderam até mesmo os mais otimistas dos brasileiros, dado o quadro que se desenhava com a eclosão da crise financeira, em setembro de 2008, logo após a falência do banco Lehman Brother’s. As estimativas pessimistas que se faziam no término de 2008 não se confirmaram. A recessão durou apenas dois trimestres: o Produto Interno Bruto (PIB) voltou a registrar crescimento positivo já a partir do segundo trimestre de 2009, encerrand o ano em –0,2%; a taxa de desocupação, depois de alcançar 9% da População Economicamente Ativa (PEA), em março de 2009, recuou para 7,4% em novembro; a inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) foi de 4,31%, permanecendo dentro da meta de 4,5% estipulada pelo Comitê de Política Monetária (Copom); a taxa de câmbio, que em dezembro de 2008 foi de R$2,34 por dólar, um ano depois era de R$1,74.1 Os resultados exibidos pela economia brasileira permitem colocá-la em melhor situação que a de países também em desenvolvimento como Chile, Argentina, México e Rússia, bem como a média da União Europeia (UE) e mesmo os Estados Unidos, epicentro da crise financeira internacional (IPEA, 2009a, p. 12; MECON, 2009).
Naquela época com o novo subtipo de H1N1 foram quatro meses depois de ser descoberto, havia se disseminado pelo planeta em grande velocidade, por meio do sistema aéreo global, como ocorreu na pandemia atual, e chegado a mais de 120 países.
A COVID-19 contou a maior velocidade das aeronaves e com os 'nós' na rede de circulação global.
Ao comparar os dois vírus e, sem menosprezar a letalidade e as perdas, importa lembrar que aquele vírus era menos transmissível do que o que enfrentamos hoje. A OMS aponta que uma pessoa com H1N1 era capaz de infectar de 1,2 a 1,6 pessoas. Um estudo divulgado pelo CDC aponta que essa taxa é de 2,79 para o novo coronavírus.
Após ser infectada pelo H1N1, uma pessoa apresentava sintomas depois de três a sete dias — esse período pode chegar a 14 dias com o Sars-Cov-2 —, e a grande maioria dos casos não apresentava complicações e evoluía para a cura, assim como tem ocorrido agora.
Um fator fundamental para o baixo índice de mortes em relação ao número de pessoas infectadas durante a pandemia de H1N1 foi o fato de haver na época medicamentos antivirais capazes de combater aquele vírus.
Até o momento, não há uma droga que seja comprovadamente capaz de fazer o mesmo com os pacientes infectados pelo novo coronavírus.
Outro elemento que contribuiu para controlar a disseminação do novo subtipo de H1N1 foi o desenvolvimento de uma vacina ainda em 2009.
Isso foi possível porque já havia uma vacina contra outros vírus influenza, e foi uma questão de adaptar o que existia para criar uma versão capaz de conferir imunidade contra aquela variedade do H1N1.
O que o Ministério da Saúde diz sobre a H1N1 e sua contenção.
Vamos lá.
A gripe A H1N1 chegou no Brasil em maio de 2009, quando se registrou 20 casos da doença nos estados de Minas Gerais, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo e Tocantins. Pouco mais de um mês da pandemia, no final de junho, 627 pessoas em todo o país estavam contaminadas com o vírus. A primeira morte aconteceu no Rio Grande do Sul.
Respondendo à emergência da OMS, a primeira ação do Governo Brasileiro foi a implantação de um sistema de barreira sanitária de Influenza em todos os aeroportos e nas capitais brasileiras. “Pela barreira sanitária foi possível saber do primeiro caso da gripe no Brasil, que ocorreu no Rio Grande do Sul. Era uma paciente que tinha acabado de chegar no país e foi para uma cidade do interior do estado”, contou Gerson Penna, que na época era o secretário da Vigilância em Saúde do Ministério e hoje é pesquisador da Fundação Oswaldo Cruz.
Também havia um monitoramento diário da situação, com a ajuda dos estados e municípios. “O Mistério formou um Comitê de Gerenciamento de Crise para Influenza, constituído por representantes de várias superintendências e com pessoas ligadas à vigilância, trocando experiências positivas e negativas de cada caso, para conter a propagação do vírus”, explicou. A ação foi essencial para que o Ministério da Saúde tivesse um maior controle e orientava no desenvolvimento de outras medidas para conter a pandemia.
Para a contenção do surto da doença, foi intensificada a campanha de vacinação contra gripe. “Na época, nós saímos dos Centros de Saúde e fomos para vários lugares públicos, como Shopping Center, Festa do Peão em Barretos. Diferentemente do que se imaginava, a população mais frágil eram os jovens, que se achavam imunes à gripe”, completou Gerson.
Outro aspecto importante que impactou na mudança do cenário de pandemia no Brasil foi a ampliação dos grupos prioritários para a vacina. “Na época a faixa etária era de 60 anos de idade e, a partir de 2010, a vacinação passou a ser indicada para grupos prioritários com maior risco de complicações, visando contribuir para a redução da morbimortalidade associada à influenza”, contou o secretário da SVS, Wanderson Oliveira. O secretário lembrou ainda que a mudança contribuiu com a imunização em áreas que estavam efetivamente em risco.
Para finalizar
A pandemia de H1N1, popularmente conhecida como gripe suína, ocorrida em 2009 não foi semelhante em nada à pandemia de Covid-19. A taxa de mortalidade do H1N1 foi estimada em 0,026%, ou seja, 26 a cada 100 mil casos. Já a Covid-19 tem uma taxa de mortalidade de 3,7%, de acordo com dados da Organização Mundial da Saúde (OMS). Até a manhã de 15 de março, eram 153,5 mil casos do novo coronavírus, e 5,7 mil mortes. Em outras palavras, os infectados pela pandemia atual tem quase 150 vezes mais chance de morrer do que as vítimas da gripe suína.
Apesar da diferença de escala, houve medidas de restrição de movimento, como agora, mas menos severas e mais localizadas. No México, por exemplo, atitudes semelhantes às tomadas pela Itália nas últimas semanas foram adotadas: fechamento de estabelecimentos comerciais e escolas, cancelamento de eventos públicos e isolamento de áreas particularmente infectadas. Ações parecidas foram determinadas em áreas gravemente afetadas pela doença nos Estados Unidos. Em partes do Brasil, a volta às aulas foi adiada depois das férias de julho de 2009.
Texto completo: http://www.blog.saude.gov.br/index.php/53845-10-anos-do-surto-global-de-h1n1
Texto completo:
https://www.bbc.com/portuguese/amp/brasil-52042879
Texto completo:
https://www.brasil.elpais.com/brasil/2017/08/05/economia/1501927439_342599.amp.html
Texto completo;
https://www.ipea.gov.br/agencia/images/stories/PDFs/TDs/td_1602.pdf&ved=2ahUKEwiB5Lu7l7foAhWgF7kGHW5ZAKU4FBAWMAR6BAgGEAE&usg=AOvVaw3yf-YWMyFCPn22mXuK9zTB
Texto completo;
https://www.piaui.folha.uol.com.br/lupa/2020/03/16/bolsonaro-cnn-coronavirus/amp/
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