domingo, 19 de maio de 2013

Pitacos de um Professor que lê!


Eleições Presidenciais:
Pitacos de um Professor que lê!

Absurdo é ver e ouvir Aécio Neves dizer que o seu partido é o partido das privatizações. Escondido atrás de FHC e de Alkmin e escondendo Azeredo a todo custo, Aécio assume qual é seu papel na disputa pela presidência do Brasil e pelo comando do estado: o neoliberalismo.
Neoliberalismo é uma expressão que nos anos 1990 e no início dos anos 2000 era a coqueluche dos países ricos e do FMI. Era, para eles, a única saída para os países pobres e em desenvolvimento. FHC, Azeredo toda a tropa do PFL, hoje, DEM, além dos ex-ditos socialistas do PPS, isso mesmo, saídos do histórico PCB, defendiam as aplicações econômicas da Escola de Chigago e do Consenso de Washington, com as ideias dos economistas Milton Friedman e Friedrich von Rayek.
No seu livro “Estrada Para a Servidão”, publicado no final da Segunda Guerra Mundial, momento de expansão do Keynesianismo nos EUA (Welfare State , o estado de Bem Estar Social) e de fortalecimento da extinta União Soviética, Rayek diz que as intromissões do estado na economia constitui o maior dos tipos de totalitarismo, minorizando até mesmo o nazi-fascismo.
Desta forma, vida coletiva ou qualquer tipo de planejamento estatal deveria ser substituído pelo individualismo. Tudo isso sob a argumentação de que quanto menor a participação do Estado na economia, maior é o poder dos indivíduos e mais rapidamente a sociedade pode se desenvolver e progredir, buscando um Bem-Estar Social. Esse tipo de pensamento pode ser representado pela privatização e pelo livre comércio. No Neoliberalismo é o mercado que dita as regras e conduz a produção.
Para refrescar a memória de alguns e falar aos jovens, lembro as premissas desse grupo, que contava com apoio, inconteste, dos ex-presidentes dos EUA, Ronald Reagan,  George W Bush, Bill Clinton (grande defensor da ALCA) e de George W. Bush (filho), além de Margareth Thatcher, primeira ministra do Reino Unido por mais de 12 anos e seu arcabouço geral se resumia em afirmar e defender que o estado deveria ser desmontado e gradativamente desativado, com a diminuição dos tributos e a privatização das empresas estatais, enquanto os sindicatos seriam esvaziados por uma retomada da política de desemprego, contraposta à política keynesiana do pleno emprego. Enfraquecendo a classe trabalhadora e diminuindo ou neutralizando a força dos sindicatos, haveria novas perspectivas de investimento, atraindo novamente os capitalistas de volta ao mercado.
Para os liberais e neoliberais, o socialismo também constituía, ou constitui, um ‘demônio’ a ser banido. Para eles é  um sistema político completamente avesso aos princípios da inciativa privada e da propriedade privada. É essencialmente demagógico na medida em que tenta implantar um igualdade social entre homens de natureza desigual. É fundamentalmente injusto porque premia o capaz e o incapaz, o útil e o inútil, o trabalhador e o preguiçoso. Reduz a sociedade ao nível de pobreza e graças a igualdade e a política de salários equivalentes, termina estimulando a inércia provocando a baixa produção. Ao excluir os ricos da sociedade, perde sua elite dinâmica e seu setor mais imaginativo, passando a ser conduzido por uma burocracia fiscalizadora e parasitária.
Para finalizar, lembro que Aécio e FHC simbolizam, na contramão dos países latino-americanos, os defensores do darwismo social, no sentido de que para eles a sociedade é o cenário da competição, da concorrência. Ora, se aceitamos a existência de vencedores, devemos também concluir que deve haver perdedores. A sociedade teatraliza em todas as instâncias a luta pela sobrevivência. Inspirados no darwinismo, que afirma a vontade do mais apto, concluem que somente os fortes sobrevivem cabendo aos fracos conformar-se com a exclusão natural. E sendo assim, qualquer política assistencialista mais intensa joga os pobres nos braços da preguiça e da inércia. Deve-se abolir o salário mínimo e os custos sociais, porque falsificam o valor da mão-de-obra encarecendo-a, pressionando os preços para o alto, gerando inflação.
Isso é Aécio Neves. O retrocesso a um sistema econômico que nem os países ricos em crise aceitam implantar.
Aécio não tem projeto de governo e nem de oposição, tem sim um apoio midiático de parte da imprensa golpista brasileira que ressente da democratização das informações e dos recursos para as informações, que nos anos FHC estavam restritos aos grandes jornais, revistas e grupos de rádio e TV do Brasil.
Aécio é a marca do retrocesso e FHC o retrocesso vivo. Com certeza, o Brasil não merece isso.


Observação:
Acho que todos merecem e devem ler os clássicos.
Leiam Hayek: