VERDADE SOBRE A EDUCAÇÃO MINEIRA - PARTE 1
Quando falo que os professores da rede estadual precisam dizer ao Brasil o que Aécio representa para a educação, farei algumas considerações:
A questão salarial é apenas a cereja do bolo com o descaso da educação mineira. Os professores e funcionários não possuem estímulos só cobranças por resultados para fortalecer uma mentira eleitoral.
Os currículos estão desatualizados e são impostos pela secretaria.
Os professores tem que cumprir aquilo que os gabinetes determinam. Os professores e as escolas estão a mercê de bandidos dia e noite. As escolas são assaltadas, em algumas os fios de eletricidade que foram roubados demoraram 6 meses para cabeça a ser repostos. Escola em casa alugada, escola caindo na cabeça dos alunos. Escola em posto de gasolina. Escola em motel. Alunos aprovados automaticamente até o 6º Ano. Para ser reprovado o aluno em 5 matérias tem que tomar bomba em 3 do ensino fundamental e se ele for faltoso a escola é obrigada a empurrá-lo com a reclassificação. O Ensino Médio emburrece e destoa de todas as redes e programas de ensino no país, não prepara para a vida e nem para o trabalho. Eu acho que o professor que possui curso superior deveria ganhar tanto quanto outros profissionais que tem a mesma graduação, aliás, nesta luta eu estou há 20 anos e me surpreendo quando alguém novo na profissão está satisfeito com o que ganha ou que acha que simplesmente devo fazer a linha ovelha, ficar quietinho para o matadouro.
Todas as categorias profissionais com nível superior ganham salários maiores, mas enfim... gostaria de ressaltar que quando alguém presta um concurso sabe o salário que vai ganhar, mas também sabe que há uma carreira. E Minas a carreira foi sucateada e um profissional que fez uma especialização, por exemplo, demora 8 anos para receber pela titulação. Essa é a meritocracia de Aécio e do PSDB, desvalorização total do educador e dos profissionais da educação.
Ainda quero considerar que ao contrário do que alguns pensam, foi o governo do PT que criou o Piso Salarial Nacional do Magistério, o qual exige uma jornada em que 1/3 os professores se dediquem a estudos e ao planejamento escolar ou a reuniões, até hoje muitos estados e municípios não cumprem essa lei e, apesar de o STF ter declarado a constitucionalidade da lei e do piso como vencimento inicial da carreira, as Minas Gerais de Aécio criou um salário chamado de subsídio que extinguiu vantagens como biênios e quinquênios e, como educação não é banco, o prêmio de produtividade pago, mediante a nota dos alunos nas avaliações externas, é pago com 2 anos de atraso e proporcional a nota dos alunos. Não interessa, nesse caso, se os professores possuem especialização, mestrado, doutorado, só a nota dos alunos e se a escola tem uma boa aprovação ao final do ano letivo.
Finalmente, antes o problema da educação fosse apenas o uso da tecnologia, passa também pela forma em que a tecnologia é trazida a escola, independente de que governo seja. Há alunos que não sabem nem manusear o livro didático, quiçá um dicionário e ainda há aqueles pais que acham que a escola é, sozinha, a responsável pela educação escolar e social dos filhos. Eu não tenho a grande solução, mas a experiência de educação do Aécio para Minas Gerais representam um retrocesso em todas as políticas educacionais discutidas, amplamente, com trabalhadores em educação, com teóricos da educação e com os gestores no Plano Nacional de Educação.
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