segunda-feira, 17 de junho de 2013

Quando a história acontece...

Quando a história acontece...

O aparelho disciplinar perfeito capacitaria em um único olhar tudo ver permanentemente. Um ponto central seria ao mesmo tempo fonte de luz que iluminasse todas as coisas, e lugar de convergência para tudo o que deve ser sabido: olho perfeito a que nada escapa e centro em direção ao qual todos os olhares convergem.   (FOUCAULT, Michel. Vigiar e punir: nascimento da prisão; tradução de Raquel Ramalhete. Petrópolis, Vozes, 1987 p.198).

A história acontecendo diante dos nossos olhos. Admirável.
O aparelho repressor não conseguiu acompanhar as cenas e atos dos atores desse momento. Maravilhoso. A tecnologia deu um nó no poder repressor do estado, em todas as esferas.
No Brasil é a primeira vez que as redes sociais são utilizadas como instrumento de manifestação, de protesto e de reivindicações.
Tudo lindo. Não fosse o viés histórico-político do qual observe serenamente.
Mérito: organizar e manifestar, coisa que muitos sindicatos e partidos anseiam há tempos e que, inadvertidamente, não conseguem.
O que eu vejo? Vejo não como vidente, os caminhos e descaminhos daquilo que acontece e, sinceramente, quero estar errado.
Os partidos já penetraram no movimento, ponto negativo. Tentam nessa oportunidade desqualificar os outros partidos. Ponto negativo.
Mas o que mais me impressiona é a avidez das elites. Faz-me recordar as Grandes Revoluções: Inglesa, Francesa, Americana, Russa, Cubana... O povo estava lá, como diríamos na pós-modernidade, “o povo deu o nome”. Participou, cobrou, exerceu o sagrado direito de ir as ruas, e se fazer ouvir. É aqui que penso na fisiologia da coisa: o fôlego. Até onde vai? Que grupo vai tirar melhor proveito político de todos esse processo.
É isso que os olhos deste professor, interiorano, querem ver: o desfecho.
A quem servirá tal ato? A que grupos ele se fidelizará? Ou não?
Quem serão os líderes, porque a eles serão imputadas as responsabilidades de tais atos e fatos que se arvoraram em construir.
Robespierre, ah Robespierre. Da esquerda, do povo e qual o desfecho da Revolução?
Na Rússia Lênin se foi e Stálin, que caminhos escolheu para si e para a Revolução?

Enfim queridos, a história está diante dos nossos olhos e da mesma forma não estávamos preparados para enxergar ou prever o que acontecerá, mas é certo, que alguns como eu querem ver o desfecho, querem escrever sobre o que está havendo: a história vai se repetir, ou os novos atores conseguiram mudar os rumos da história. Viveremos e veremos!

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